Esse trecho que vou comentar foi retirado do mesmo artigo citado a
pouco (Moon et al. 2011). Achei interessante a forma da qual foi realizada a
negociação, havendo um possível win-win (ganha-ganha) tanto do Brasil, como da
indústria farmacêutica em questão.
Como sabemos, vacinas antigas são vendidos a preços baixos,
entretanto, as novas e complexas vacinas lançadas a cada ano estão se tornando
cada vez mais custosas. Em 2010, uma controvérsia surgiu em torno das vacinas
pneumocócicas.
Em 2008, a Organização de Saúde Pan Americana (PAHO) negociava um
preço de USD 21,75/dose da vacina conjugada 7-valente da Wyeth. Então em 2010 a
GSK lançou uma vacina 10-valente. O preço inicial sugerido pela GSK não agradou
ao PAHO, que decidiu então não comercializar a vacina. Em paralelo, o Brasil (que faz parte da PAHO) realizou
uma negociação de comercialização por 8 anos da vacina da GSK a um preço de USD
16/dose nos anos iniciais (preço inferior ao mercado internacional), sendo o
preço diminuído para USD 7 e adicionalmente, haveria uma transferência
tecnológica do processo de produção para a BioManguinhos após esses 8 anos.
Também devemos pensar como os países com menor mercado e menor pólo industrial para uma possível transferência de tecnologia foram afetadas por não terem oportunidade de dar maior acesso à sua população à vacina. Mas fica aqui uma estratégia público-privada que aparentemente está sendo bem sucedida.
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